sexta-feira, 18 de março de 2011

De nada terei falta


ESTUDO DO SALMO 23
Por serem cânticos, dividimos os Salmos por frase principal ou refrão e estrofes.
Frase principal: (É assim chamada porque todas as outras frases giram em torno dela)
Refrão: (Frase que se repete mais de uma vez)
Estrofes: (É o conjunto de frases que tem um sentido com lógica)

Estrutura para elaboração da exegese
1º- Introdução: (Explicar a escolha do texto)
2º- Delimitação da perícope: (Em torno de; ou cortar em volta)
3º- Texto: (copiar todo o texto)
4º- Data, lugar e autoria: (Do objeto de estudo)
5º- Gênero literário: (Forma em que foi escrita)
6º- Forma e poesia: (Estrutura interna do objeto de estudo)
7º- Assuntos de interpretação: (interpretação do texto)


EXEGESE
Objeto de estudo Salmo 23
1º Introdução: (Explicar a escolha do texto)
2º Delimitação da perícope: (Situar o texto no local em que está)


3º- Texto: Sl-23
1. O Senhor é o meu pastor,
De nada terei falta.
2. Em verdes pastagens me faz repousar
 E me conduz a águas tranqüilas;
3. Restaura-me o vigor.
Guia-me nas veredas da justiça,
Por amor do seu nome.
4. Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte,
Não temerei perigo algum, pois estás comigo;
A tua vara e teu cajado me protegem.
5. Preparas um banquete para mim
À vista dos meus inimigos.
Tu me honras,
Ungindo a minha cabeça com óleo
E fazendo transbordar o meu cálice.
6. Sei que a bondade e a fidelidade
Acompanharão-me todos os dias da minha vida
E voltarei à casa do Senhor enquanto eu viver

4º- Data, lugar e autoria:
A) Data: N o v.6 temos indícios de que este salmo foi escrito na época pré-exílica, pelo fato de que o templo ainda não ter sido destruído pelos babilônios. (fala de casa de javé, que é o santuário de Jerusalém).
B) Lugar: Pela citação do templo e por indícios do regime monárquico, provavelmente teve origem nas campinas da cidade de Jerusalém.
C) Autoria: Não sabemos ao certo, más com certeza não deve ter sido Davi, pois o v.6 cita o templo de Jerusalém com toda sua liturgia. De acordo com (2Sm-7:12-13) Davi é proibido por Javé de construir o templo, más da sua semente viria aquele que o construiria. Em (1Rs-6) vemos essa promessa se cumprindo com Salomão. Com base nestes relatos entendemos que o autor deste Salmo é alguém que conhecia o templo com sua liturgia e isso tira Davi como possível autor por ser uma época em que ele já estava morto.
5º- Gênero Literário: confiança individual.
6º- Forma e Poesia:
Cabeçalho Davídico
Frase principal: “O Senhor é o meu pastor” (v.1a)
1ª Estrofe: “O zelo do pastor” (v.1b – 4a)
2ª Estrofe: “Celebração litúrgica” (v.4b – 6)
Aqui um passo importante é anotar as frases em comum, da 1ª e da 2ª estrofe, depois procurar uma frase que ligue as estrofes, que chamamos “coesão de sentido”.
Assuntos da 1ª estrofe: Deitar-me faz, me conduz, verdes pastos, águas tranqüilas.
Coesão de sentido: “Pois tu estás comigo” (v.4b). Liga, amarra as duas estrofes.
Assuntos da 2ª estrofe: Tua vara, teu cajado, prepara uma mesa, unges a minha cabeça.

7º- Assuntos de interpretação:
V.1a- Podemos traduzir a palavra pastor por rei, nesse caso ficaria assim: Javé é meu rei. O salmista está dizendo que seu rei não é da terra e que o rei terreno não o impõe medo. Ele está dizendo Javé é meu guia, aquele que é responsável de cuidar do salmista.
V.1b- De nada terei falta, e não nada me faltará. Pois mesmo que falte água, pasto e segurança, o salmista continua fiel ao seu rei.
V.2- O salmista pede para ser guiado a verdes pastos, como uma ovelha guiada pelo seu pastor, dando a entender que ele, o salmista está necessitado de alimento, bem como pedindo para ser guiado a águas tranqüilas, também dando a entender que está com sede, e ao dizer guia-me o salmista está dizendo ao seu líder, pastor, guia, rei ir à frente, sendo responsável de suprir suas necessidades.
V.3- Refrigera a minha a alma: O termo hebraico para alma é nepex, que se traduz por garganta, então ficaria mais bem traduzido assim: “refresca a minha garganta”, o salmista está faminto e sedento. Depois de saciada sua fome e sede ele diz guia-me pelas veredas da justiça e a palavra no original para veredas é trilhos, é como se o salmista estivesse dizendo agora que me supriste me guia pelos teus trilhos e me faz conhecer o teu amor através do teu nome.
V.4- Aqui o “vale da sombra da morte” no original é “vale de trevas”, aqui o salmista dá a entender que a situação que ele passou de fome, sede e abandono, ele chama de vale de trevas. Más, mesmo estando nesse vale e se não fosse suprida suas necessidades básicas pelo seu rei terreno, não temeria mal algum, porque o seu Deus está com ele. Vara é um pedaço de pau curto que o pastor usava como arma de defesa para proteger o rebanho de predadores e também para disciplinar a ovelha, isto é, simboliza poder e autoridade. Cajado é uma vara longa e delgada, isto é, curvada em uma das extremidades e era usada para trazer a ovelha para perto do pastor se ela estivesse longe do alcance do seu braço, como por exemplo, dentro de um buraco.
V.5- Agora a cena é de uma celebração e parece que o salmista está no pátio do templo, pois seus inimigos estão presentes, más não podem tocá-lo e ao pedir para ser ungido com óleo ele pede a unção do espírito Santo, sua proteção, sua direção e culmina no ato da comemoração com sua taça transbordando.
V.6- Depois de agradecer, celebrar, ele faz promessas de que vai ser bom, misericordioso, e não vai ser como fora aquele que o perseguiu e enquanto viver será fiel e promete habitar, que no original é tabernacular, que significa habitar + comunhão. Esta comunhão o salmista diz que a terá por longos dias, isto é, até o final da sua vida na casa de Deus, ou seja, no templo. (Por longos dias) pode indicar também que o salmista estava se protegendo contra os seus inimigos.





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