sábado, 10 de setembro de 2011

O AMOR PERMANECE


Análise Exegética de 1 Coríntios 13
Texto
“1Mesmo que eu fale em línguas, a dos homens e a dos anjos, se me falta o amor, sou um metal que ressoa, um címbalo retumbante.
2Mesmo que tenha o dom da profecia, o saber de todos os mistérios e de todo o conhecimento, mesmo que tenha a fé mais total, a que transporta montanhas, se me falta o amor, nada sou.
3Mesmo que distribua todos os meus bens aos famintos, mesmo que entregue o meu corpo às chamas, se me falta o amor, nada lucro com isso.
4O amor tem paciência, o amor é serviçal, não é ciumento, não se pavoneia, não se incha de orgulho, 5nada faz de inconveniente, não procura o próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor, 6não se regozija com a injustiça, mas encontra a sua alegria na verdade.
7Ele tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8O amor nunca desaparece.
As profecias? Serão abolidas.
As línguas? Acabar-se-ão.
O conhecimento? Será abolido.
9Pois o nosso conhecimento é limitado e limitada é a nossa profecia.
10Mas quando vier a perfeição, o que é limitado será abolido.
11Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei homem, pus cobro ao que era próprio da criança.
12Agora, vemos em espelho e de modo confuso; mas então, será face a face. Agora o meu conhecimento é limitado; então, conhecerei como sou conhecido. 13Agora, portanto, permanecem três coisas, a fé, a esperança e o amor, mas o amor é o maior.”[1]

Introdução

Esta perícope, na verdade, se inicia no v. 31 parte b “E além disso, eu vou indicar-vos um caminho infinitamente superior”. Como continuação do texto anterior em que Paulo trabalha a questão dos diversos dons dos membros do corpo de Cristo.
Tem sido chamada de “Hino ao amor”. Uma pergunta que fazemos é sobre o gênero literário: trata-se totalmente de um poema? Há um refrão: “se me falta amor...” que se repete nos  v. 1 ao v.3. Esses três versículos nos remetem mais a idéia de um poema. Portanto eu sugiro que possa existir na verdade aqui mais de uma perícope ou talvez teríamos subperícopes. Sendo a primeira do v.1 ao v.3. Veja a estrutura sugerida para essa primeira:
Subperícope 1 – “Poema ao amor” – v.1-3
1ª Estrofe (v.1)
Mesmo que eu fale em línguas, a dos homens e dos anjos
Se me falta o amor...
Sou um metal que ressoa, um címbalo retumbante.

2ª Estrofe (v.2)
Mesmo que tenha o dom da profecia, o saber de todos os mistérios e de todo o
conhecimento
Mesmo que tenha a fé mais total, a que transporta montanhas
Se me falta o amor...
Nada sou.

3ª Estrofe (v.3)
Mesmo que distribua todos os meus bens aos famintos,
mesmo que entregue o meu corpo às chamas,
Se me falta o amor...
Nada lucro com isso.

A estrutura das estrofes é basicamente assim:

1) Primeiro e às vezes o segundo verso: hipótese de dom ou trabalho efetuado
2) O refrão: “Se me falta o amor”
3) Conclusão: inutilidade, nulidade.


As outras subperícopes poderiam ser dividas da seguinte forma:
           
4 – 7: O que é o amor
           
8 – 13: A permanência do amor diante da transitoriedade dos demais dons


 Subperícope 2 – “O que é o amor?” – v.4-7

Esta segunda perícope  ou subperícope, não tem tanto um aspecto de poema. Primeiro, pela falta do refrão e segundo, por ter características retóricas.
Dos versículos 4-6a, Paulo faz afirmações e negações do que é do que não é o amor ágape (no grego). Essas afirmações não são meramente conceituais, mas se baseiam em experiências e ações que expressam o verdadeiro amor.
Dos versículos 6b-7, Paulo usa a retórica para contrapor as negações sobre o amor nos versículos anteriores.

Subperícope 3 – “A permanência do amor diante da transitoriedade dos demais dons” – v.8-13

Ainda usando de retórica, Paulo contrapõe a transitoriedade dos demais dons com relação ao amor que é permanente.
v.8 – Os três dons mencionados no capítulo anterior: profecias, línguas e conhecimento. Tudo será abolido, acabará. (v.9-10).
v.11 – A metáfora da criança que ao se tornar adulto deixa as coisas de criança. Temporalidade. Transitoriedade.
v.12 – A metáfora do espelho. Mostra limite, imperfeição
v.13 – A conclusão do que permanece: o amor.

Conclusão:

Essa perícope pode ser divida em três subunidades ou subperícopes, como queiram chamar. Sendo a primeira de estrutura poética e as duas últimas de função retórica.
Existem discussões sobre o que é essa perfeição que viria (v.10). Em minha opinião, fica muito claro que o perfeito é o próprio amor, o ágape. E que não tem necessariamente um aspecto escatológico e sim como algo que sempre decorre quando o amor acontece. Havendo amor, desaparece ou não se torna mais necessário os demais dons.


[1] Tradução Ecumênica da Bíblia. Loyola, São Paulo: 1994.

IDOLATRIA E CULTO AOS DEMÔNIOS


INTRODUÇÃO

            Corinto era uma importante cidade da Grécia, e a capital da província romana Acaia. Sua posição geográfica privilegiada favorecia o comércio, a cultura, os esportes e as religiões pagãs. Em Corinto havia muitos templos dedicados aos deuses greco-romanos. Dentre eles, destacava­-se o de Afrodite, localizado no topo do Acrocorinto, tendo mais de mil sacerdotisas que se dedi­cavam à prostituição religiosa. As festas dedicadas a esses de­mônios eram repletas de música, orgia, comida, bebida e excessos de todos os tipos. Nas oferendas de animais, uma parte era quei­mada no altar do ídolo, a outra era doada ao sacerdote, e a última era entregue ao ofertante, que quase sempre a vendia no mercado.
            Capítulos 8, 9, 10 e 11:01 são comuns e constituem um único contexto. Para uma melhor compreensão das questões que Paulo tem nessa seção de sua carta aos Coríntios, devemos esquecer as divisões dos capítulos que foram adicionados séculos depois de sua composição. Estas divisões são mecânica e arbitrária, e não representam diferentes temas do argumento de Paulo. No capítulo 8, Paulo introduz o tópico de comer carne oferecida aos ídolos e toca o caso do irmão mais fraco, e que o forte deve desistir de seus direitos como comer quando apresentou o caso de que isso ofenderia o irmão mais fraco.
            Nota introdutória no início do capítulo 9. Capítulo 9 termina, falando sobre o perigo de abusar da liberdade e da direita, em vez de exercer autocontrole, em alguns casos, pôr em perigo a segurança espiritual do irmão mais fraco. Se não houver cuidado, o mais confiante em sua salvação pode ser eliminada. (Aparentemente, alguns em Corinto, com a certeza de que eles poderiam comer carne oferecida aos ídolos não estavam preocupados com a possibilidade de perder suas almas.
            Agora em 10, para ilustrar o ponto, Paulo apresenta o caso dos israelitas no deserto. Eles eram o povo escolhido de Deus, e encorajou-o, e pensaram que estavam diante de Deus, mas morreu! (Paulo - "Se eles morreram, isso provavelmente pode acontecer comigo também", 9:27). Então fala como fugi da idolatria. Finalmente, a começar o v. 25 Paulo volta a falar em particular a comer carne oferecida aos ídolos, a questão particular, que começou no Capítulo 8.
            Antes de decorrermos pelo texto propriamente dito, temos que analisar alguns pontos chaves para uma melhor compreensão do tema.

PERÍCOPE
            Como já falamos na introdução os capítulos 8, 9, 10 e 11:01 de 1 Coríntios são comuns e constituem um único contexto, formando assim uma péricope tratando do mesmo assunto, porém nesta grande perícope ou unidade de sentido, existem outras sub-unidades de sentido, da qual analisaremos a perícope do capítulo 10:14-22 idolatria e culto aos demônios. Essa é nossa delimitação e onde ateremos nossa exegese. Em 10:13 Paulo termina o assunto sobre tentar a Cristo como os Israelitas tentaram no deserto e em 10:23 Paulo inicia falando da liberdade e  caridade cristã, assim nossa parícope fica bem delimitada em 10:14-22.
TEXTO
1Co-10:14-22[1]
14 Por isso, meus queridos, fugi da idolatria.
15 Eu vos falo como a pessoas sensatas:
Julgai vós mesmos o que digo. 16 A taça da bênção
Que abençoamos não é por ventura uma comunhão
Com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é
Uma comunhão com o corpo de Cristo? 17 Visto haver um só pão,
Todos nós somos um só corpo; porque todos participamos
Desse pão único. 18 Vede os filhos de Israel: os que comem as vítimas
Sacrificadas não estão por ventura em comunhão
Com o altar? 19 Que quero eu dizer? Que a carne sacrificada aos ídolos
Ou o ídolo tenham, em si mesmos, algum valor? 20 Não! Mas como os seus sacrifícios
São oferecidos aos demônios, e não a Deus, eu não quero que entreis
Em comunhão com os demônios. 21 Não podeis beber,
Ao mesmo tempo, uma taça do Senhor e uma taça
Dos demônios; não podeis participar, ao mesmo tempo,
Na mesa do Senhor e na dos demônios. 22 Ou acaso estaríamos querendo
Provocar o ciúme do Senhor? Somos nós porventura
Mais fortes do que ele?

TRADUÇÕES USADAS
PARA O DESENVOLVIMENTO
DO TRABALHO

TEB. (Tradução Ecumênica da Bíblia)
NVI. (Nova versão internacional)
ARC. (Almeida revista e corrigida)
NTI. (Novo testamento interlinear)

EXTRUTURA INTERNA
v.14-17: Ritual da refeição pascal Judaica.
v.18-20: Participação e comunhão.
v.21-22: A mesa e o cálice.

I. A CARNE SACRIFICADA: ASSUNTO ANTIGO, MAS CONTEMPORÂNEO

            No Antigo Testamento (Dt 32.16,17). Diversas passa­gens bíblicas relacionam o ídolo aos demônios, e o culto idólatra ao culto diabólico (Lv 17.7; 2 Cro 11.15). Os ídolos sempre foram laços para o povo de Israel. Ora, "o ídolo nada é", afirma a Bíblia (1 Co 8.4; 10.19; Sl 115.4-7; Is 44.9-­17). O culto idólatra dos israelitas não era oferecido aos ídolos, mas "aos diabos", como afirma Deuteronômio 32.17.
            O apóstolo adverte a igreja de Corinto para não se envolver com a idolatria, como o povo de Israel no deserto. Naqueles dias, os judeus desviados ofereceram sacrifícios aos demônios, prostituíram-se e comeram da carne sacrificada aos ídolos (1 Co 10.7,8). Para Paulo “O cristão também não deve participar de festividades e atos que cultuam os “santos”, os guias” e ídolos demoníacos. Assim como Daniel, deve o cren­te rejeitar irrevogavelmente o "manjar oferecido aos ídolos" (Dn 1.8,9).
            No Novo Testamento. Em Atos 15.29, a igreja, composta de judeus e gentios (Ef 2.14), é doutrinada a abster-se "das coisas sacrificadas aos ídolos". Essa importante ordenança não apenas confirma a proibição do Antigo Testamento, como também amplia o conceito na era da graça: seja para cumprir o mandamento (At 15.29) seja por motivo de consciência (1 Co 8.7-13), ou ainda para não melindrar o cristão imaturo (1 Co 8.9). Assim como participar da "mesa do Senhor" é um testemunho da nossa filiação, identificação e comunhão com Ele (1 Co 10.18), tomar parte de atividades, reuniões e procissões vinculadas a ídolos, ocultismo e espiritismo é identificar-se com o próprio Diabo (1 Co 10.20,21). A imagem adorada não é nada; ape­nas obra de pedra, de pau, gesso, cimento ou ouro (Sl 115.4-7), mas por detrás dela estão os demônios (ver Ap 9.20; 13.15).

II O DEMÔNIO NO ANTIGO TESTAMENTO
            O demoníaco na Bíblia sempre foi motivo de muitas discussões. Na academia, nos últimos trabalhos sobre esse assunto, é quase consenso entre os exegetas de que não há no Antigo Testamento uma demonologia propriamente dita, como ocorre no mundo do Oriente Próximo[2], enquanto que na literatura apocalíptica do judaísmo tardio, e nos Cristianismos das origens, ocorre uma proliferação de demônios e o mundo é visto como cheio de seres malignos, em uma estrutura bem esquematizada e organizada. Então, perguntar-se somente pelo pano de fundo veterotestamentário para essa visão de mundo não é suficiente, pois teremos poucas respostas.
            Não temos na Bíblia hebraica a presença de uma personificação do mal ou um termo para designar um demônio com autonomia, ou um líder de hostes malignas, ou muito menos uma visão dualista, onde esses seres são inimigos de Deus, ou desejam impedir seus planos e projetos. Concordo com Schiavo que “a figura independente do mal, é difícil de identificar no Antigo Testamento por ser fruto de uma grande mistura cultural, com influências da magia, da religiosidade popular, do ritualismo apotropáico oficial, do simbolismo poético”[3]. Em alguns textos da Bíblia hebraica, o bem e o mal estão ligados a Javé (Is 45,6-7; Jó 2,10; Am 3,6). Na teologia exclusivista do javismo, as ações de características demoníacas foram, com o tempo, atribuídas a Deus, ocorrendo em alguns textos o que podemos chamar de “assimilação mítica”, onde “ao adotar antigas tradições, geralmente pré-israelitas, a teologia oficial suprime os demônios das mesmas, transferindo os traços demoníacos a Javé”[4].
            Depois do contato cultural exílico e pós-exílico, ocorre um desenvolvimento da teologia israelita em relação ao mal, pois aparecem outras figuras geradoras de males, mas mesmo elas estão debaixo das ordens de Javé. Vemos esse desenvolvimento, por exemplo, em 2 Sm 24, 1 e 1 Cro 21,1, onde Davi, no primeiro, é pelo Senhor incitado a recensear o povo (ação que seria posteriormente desaprovada), enquanto no segundo Satã é acusado de tal tentação. Ao recontar a história, o cronista, para poupar Deus da culpa direta, pois neste momento o problema da teodicéia pós-exílica é resolvido com seres celestiais responsáveis pelas desgraças, sugere a invasão de um membro da corte divina na casa real para motivar Davi a pecar[5]. Ocorrem na Bíblia Hebraica expressões de seres animalescos e aterrorizantes, termos invocadores de imagens míticas de monstros marinhos, dragões, seres desérticos e divindades estrangeiras. Estes termos e imagens não são organizados como uma demonologia veterotestamentária, num escopo dualista, mas aparecem como seres do imaginário israelita em diálogo com as religiões circunvizinhas. A imagem dualista da existência e a possibilidade do surgimento de uma demonologia mais prolífera, menos tímida (como aparece no Antigo Testamento), estão ligadas às interações culturais exílica e pos-exílica, onde a religião de Israel moldou uma demonologia mais definida e rica. É digna de nota também a influência da tradução da Septuaginta (LXX), que traduziu como diabolos, carregado do conteúdo grego, expressões como Satan, mudando o teor demonológico da Bíblia hebraica[6]

EXEGESE
            10:14 – Por isso, meus queridos, fugi da idolatria - Paulo agora volta-se para abordar as questões (conf. 8:1) de Coríntios sobre o assunto de comer coisas sacrificadas aos ídolos. Ver também 9:1.
            A frase "portanto" introduz a conclusão do assunto discutido acima.
Pelo "amado" ou “querido” (cf. 10:1) Paulo apela com toda a ternura e interesse genuíno à sua espiritualidade, e assim adoça seu apelo. Porque é tão amado, que não querem nada que possa causar a destruição. O texto diz literalmente, "sempre vos fugi da idolatria" (imperativo presente). Está implícito que eles já estavam cometendo idolatria, mas na verdade não fazer qualquer coisa que poderia levar a um ato de idolatria, como Paulo está para explicá-la.
            Os israelitas no deserto fizeram participar de idolatria, e perderam suas vidas lá. Não atingiu seu objetivo: a terra prometida. Não entrar no descanso de Deus (Heb. 3:15-19). O amado irmão de Paulo em Corinto corre o mesmo risco, se não controlar a sua liberdade como para comerem coisas sacrificadas aos ídolos. Paulo está explicando para comer essas coisas em atos de adoração de ídolos é idolatria, porque é adoração ao diabo. Sua liberdade não justifica em tais cultos.
            Este é o caso iremos obviamente a Atos. 15:29, "abster-se de coisas sacrificadas a ídolos". O cristão adora a Deus somente (Mt 4:10). A única reação sensata, contra a idolatria, é fugir. Compare (6:18) (1Tm-6:11) (2Tm-2:22).
            10:15 – Eu vos falo como a pessoas sensatas: julgai vós mesmos o que digo - Paulo apela para a inteligência normal, que teria os leitores de sua carta. Seu argumento seria aceito como válido e significativo, pois eles eram sábios. Paulo poderia facilmente julgar o certo do que eles diziam. Na realidade, envolve Paulo: "O que eu digo é inquestionável." O caso está em curso. Quem não sabe que a comunhão com os outros (neste caso, com seres invisíveis) dá-lhes alguma influência sobre a pessoa e identificados com eles? Esta é a premissa maior.
            O homem é responsável para julgar, utilizando a Deus deu poderes. Compare Atos. 17:11, Ef. 5:17. Ao fazer isso, a conclusão inevitável se torna sua própria convicção e não apenas uma questão de autoridade de outro.
            10:16 - O cálice de bênção que nós abençoamos - Por metonímia (nomear uma coisa com outro nome), Paulo dizendo "copo" refere-se à taça (o pote) que contém o fruto da videira (Mateus 26:29).
            É chamado de "o cálice de bênção", não por alguma graça especial é canalizado por um cálice, mas porque o Senhor abençoou quando ele instituiu a Ceia, e porque nós a tomá-lo, o bendito (11:25, Mt-26:27 , Mc-14:23, Lc-22:17), isto é, agradecer por isso, e assim o agrado reconhecê-lo. As duas expressões significam a mesma coisa e são usados ​​indistintamente. (Comp certeza Lc-9:16).. Abençoar significa dizer algo de bom sobre a coisa. Abençoa a taça para dar graças a Deus por isso, isto é, para os benefícios que traz o sangue de Cristo, louvando-o por Seu amor em Cristo para nós. Abençoa a taça, a taça não confere bênçãos (no sentido de sacramento).
            Não pode haver significado especial no fato de que Paulo aqui cita o cálice antes do pão, como em 11:23-25 ​​menciona o pão primeiro na ordem da consagração dos dois elementos em que Cristo instituiu a Ceia.
- Não é a comunhão do sangue de Cristo? - A palavra grega para "comunhão", koinonia, significa participação (ver. 17,21), comunicação, companheirismo. Paulo diz que este "cálice" é algo, é a comunhão com o sangue que Jesus derramou na Sua morte por nós. Faz-nos participantes dos benefícios desse sangue precioso (1Pe-1:19). Não admira que o ato de tomar o fruto da videira, a cada primeiro dia da semana anunciando a morte de Cristo (11:26).
            Os termos "comunhão do sangue" e "a comunhão do corpo" significam os benefícios que a participação na morte de Cristo na cruz traz ao homem. As doutrinas de Transubstanciação (a Igreja Católica Romana) e Consubstanciação (Igreja Luterana) são torcidas interpretações das escrituras. Paulo, depois de falar de dar graças pelo pão e o cálice, ele diz aos coríntios que eles comem o pão (não o corpo literal de Cristo) e o copo (não o sangue literal de Cristo). Ver 11:26,28. Cristo ainda estava em seu corpo quando ele disse: "Tomai e comei: este é o meu corpo" (Mt 26:26). Ceia do Senhor é uma comemoração (11:24). Quando comidos, o cristão traz à mente a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo.
- O pão que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? - O pão que partimos "Ceia do Senhor" (11:20), para participar na "mesa do Senhor" (10, 21), o pão asmo que Jesus usou quando Ele instituiu a Ceia (Mateus 26: 17-26).
            O organismo referido aqui não é a igreja (Ef 1:22,23), mas o corpo físico que foi crucificado. Comer o pão da Ceia do Senhor é ser participante da morte de Cristo, identificando os participantes com sua morte, os benefícios espirituais de aceitá-lo. Note-se que Diz Paulo que "bem-aventura, quebrado", ou seja, a Igreja reunida, e apenas alguns clérigos pouco não chamadas.
            O ato de "quebrar" (literalmente) o pão é só para a distribuição. Ele simboliza um ato durante a crucificação de Cristo.
            Ao tomar a Ceia do Senhor, os cristãos se identificam com o crucificado e totalmente dedicado a ele para a salvação. Tal é o significado do ato. Este é também significou para comer em adoração de ídolos, ou seja, a pessoa se dedica ao que ele acredita ser a vontade do deus pagão. Assim, o Cristão tem que fugir da idolatria.
            10:17 – Visto haver um só pão, todos nós somos um só corpo, porque todos participamos desse pão único – O que foi dito neste versículo confirma o que foi dito no primeiro. Note a palavra "comunhão" aqui, e "participar" aqui (e abaixo).
            O pão da Ceia do Senhor é um e para todos os cristãos em toda parte (há muitas) dar graças por ele e comê-lo (a mesma panela, não há outro que foi instituída pelo Senhor), de assim, aparecem como um corpo espiritual, unidos na sua identificação com a morte de Cristo e da sua parte dos benefícios de que a morte. O que torna os cristãos em um só corpo é o ato comum, eles comem pão e bebem do cálice da Ceia do Senhor. Que unem todos eles na mesma comunhão, ou corpo espiritual (a igreja, Ef. 5:23, Cl 1:18).
            Da mesma forma, participando de um almoço oferecido em adoração de ídolos torna uma pessoa está envolvida no corpo de idolatria. Todos os Coríntios podiam ver a lógica desta verdade tão clara. Agora, uma pessoa pode participar da morte de Cristo e da idolatria, ao mesmo tempo?
            O pão da Ceia do Senhor não é exclusivo apenas pão qualquer. É pão ásmo (Mateus 26:17-26). Ao entrar nestes cristãos e participar deste pão para identificar-se com a pureza da vida que o sangue de Cristo trouxe. (Considere Atos. 22:16, Ef. 05:26, Heb. 10:22, Tito 3:5).
            Por "um pão", Paulo não se refere a um pedaço de pão (para uso na congregação local), para Paulo a escrever este estava em Éfeso e diz: "participamos do mesmo pão".
            10:18 - Vede os filhos de Israel: os que comem as vítimas sacrificadas não estão por ventura em comunhão com o altar? - Esta é outra ilustração das instalações principais, a saber, que a comunhão com outros os identifica.
            Filhos de Israel, ou "Israel segundo a carne" foram os descendentes de Abraão na carne, que viveu sob a lei de Moisés. (A igreja de Cristo é o Israel espiritual, Rom. 2:28,29, 9:06, Gal. 3:7,29, 6:16, Phil. 3:3). Compare Gal. 04:29.
            Que fez o sacrifício e o sacerdote que ofereceu um holocausto sobre o altar, os dois comiam coisas sacrificadas, e assim dividiu o altar do sacrifício a Deus. Compare Dt-12:5-7,11-14; Lv-7, 1 Sam. 2:12-17.
            A participação é comunhão e comunhão identifica e se relaciona. Paulo diz que os judeus eram "participantes do altar", o que implica que a comunhão com Deus era através deste ato específico de adoração no altar. Os coríntios podiam ver o ponto: comer carne oferecida aos ídolos em um ato de adoração é ter comunhão com os "deuses" representada por eles era idolatria.
            10:19 - Que quero eu dizer? Que a carne sacrificada aos ídolos Ou o ídolo tenham, em si mesmos, algum valor? - Paulo antecipa uma possível objeção de que ele se contradiz, pois em 8:4,5 disse que, na realidade (Deus por trás) ídolo não tem existência.
            As respostas envolvidas em ambas as perguntas é "não". Paulo não admitir a existência de deuses pagãos, nem o sacrifício de certos alimentos em coisa ruim, mas não importa idolatria. Sua explicação está em ver. 20.
            10:20 - Não! Mas como os seus sacrifícios São oferecidos aos demônios, e não a Deus - Paulo começa este versículo com a conjunção adversativa, ali, “ao contrário (Mod, LA, HA), ou Não, mas, não, mas, não, "(SL, PB, NVI). "Eu não digo isso, mas essa outra coisa."
            Sacrificada aos ídolos se ela é realmente (embora não a intenção dos idólatras) um sacrifício aos demônios e não a Deus. Que não poderia ser negado! Sim, existem demônios, espíritos malignos não existem! Eles são agentes de Satanás, que instituiu a idolatria para trazer os homens para a sua adoração de Deus e trazê-los ao culto dos demônios. Ver Dt-32:17, Mt-12:24-29, Ef-6:12; 1:21, 2:02, 3:10, Jo-12:31, At-16:16-18, 19:13-17, 26:18, Cl-1:13, 1Tm-04:01, 01:34.
            Os pagãos nos dias de Paulo não sabiam o verdadeiro Deus (Atos 17:23). Eles acreditavam em demônios ou espíritos criados, inferior ao Deus desconhecido (At 14:11-18), algumas boas e outras ruins. Eles procuraram apaziguar o mal por meio do sacrifício. Expressou sua ignorância da idolatria (Romanos 1:18-23, Atos. 14:15, 17:23, Jo. 04:22, 1 Ts. 1:9). Mas no Novo Testamento, os demônios são espíritos malignos, os anjos de Satanás (2 Coríntios. 11:15).
- Eu não quero que vocês sejam parceiros com os demônios - Participar na adoração de ídolos é participar indiretamente com os próprios demônios, porque por trás da adoração de ídolos é a realidade dos demônios e Satanás, o homem que inspirou idolatria. Embora a intenção não seja cultos a demônios, como são o efeito e significado, os ídolos adorados.
            Isto prova que a pessoa pode estar em pecado, sem ter intenção de entrar no que é pecaminoso. Os coríntios participando no culto dos ídolos, tinha comunhão com os demônios sem saber. Sua ignorância vai pedir desculpas? É pecado, sabendo apenas o que é feito com a intenção de pecado? Claro que não! Satanás escurece a mente dos homens (Col. 1:13, Ef. 4:18, Ef. 6:12, Rom. 01:21, 11:10, 1 Jo. 2:11).
            10:21 - Não podeis beber, ao mesmo tempo, uma taça do Senhor e uma taça dos demônios; não podeis participar, ao mesmo tempo, na mesa do Senhor e na dos demônios - Quanto ao "beber" verbo, o texto grego usa o infinitivo beber = sendo continuamente presentes e participantes, é ação habitual. É moralmente impossível estar em comunhão com o Senhor Jesus Cristo e os demônios de Satanás de uma vez! Pela simples razão de que Deus e Satanás são dois grandes inimigos (Ap 17:13,14). Jesus disse a mesma coisa em Mt-6:24;12:30 (Não há neutralidade). Veja 2 Coríntios. 06:14 - 07:01. O cristão é Cristo (3:23), e não como Satanás antes de sua conversão (Rm 6:16-18). Embora, naturalmente, você pode tentar servir a dois senhores resultado oposto é impossível de alcançar.
            As duas frases, "beber o cálice" e "participar da mesa", declara a mesma verdade. O presente usual para "propor um brinde" ou "bebida de saúde" de alguns, tem suas raízes na prática pagã de fazer uma libação de vinho para a honra de um ídolo, às vezes seguido de uma oração a Deus, e depois o vinho era tomado pelos adoradores. O cristão zomba de Deus iria "beber o cálice dos demônios" durante a semana, e depois "beber o cálice do Senhor no domingo na assembléia da igreja, ou durante a semana para comer a carne trazida do altar do ídolo para o banquete domingo e depois comer a Ceia do Senhor Lembre-se Deus não se zomba (Gálatas 6:7).
            10:22 - Ou acaso estaríamos querendo Provocar o ciúme do Senhor? - O marido se irrita com ciúme quando sua esposa se junta com o outro. No Antigo Testamento foi usada esta figura no caso de Israel, quando se pratica a idolatria, isto é, quando ele participou de atos de adoração de falsos deuses, dando aos outros a lealdade que devia ao seu marido, Javé Deus. Ver Dt-32:21. Deus é zeloso (Êxodo 20:5, 34:11-17).- Somos nós mais fortes do que ele? Provocado ciúme, Deus vai punir. Agora, o que o homem pensa que Deus Ser mas forte para evitar qualquer punição dele? Se não, então deve o cristão a não incitar à emulação. Os coríntios estavam em este risco em matéria de comer coisas sacrificadas aos ídolos nos momentos de adoração.

CONCLUSÃO
            A Bíblia proíbe o cristão de participar da mesa do Senhor e do cálice dos demônios (l Co 10.20,21). Tal duplicidade religiosa leva o seu praticante ao pecado, à mentira, à falsidade, à idolatria, pois não há qualquer associação entre luz e trevas, verdade e mentira, entre o Senhor e Satanás. Não há meio termo na fé cristã e na doutrina (Mt 5.3 7; 6.24; Sl 119.113). Não existe verdade no erro, e nem erro na verdade, porque ambos se anulam mutuamente. Assim também, não há nada de sagrado no profano e no profano não há nada de sagrado.


[1] Tradução Ecumênica da Bíblia, Loyola, São Paulo, 1994.

[2] Ver: SCHIAVO, Luigi. 2000 Demônios em Decápole. Exegese, história, conflito e interpretação de Mc 5,1-20. Dissertação (mestrado em Ciências da Religião) – Universidade Metodista de São Paulo, 1999.
[3] SCHIAVO, Luigi. 2000 Demônios em Decápole... p. 133.
[4] KILPP, Nelson. Os poderes demoníacos no Antigo Testamento... p. 25. Kilpp
[5] PAGELS, Elaine. As Origens de Satanás... p. 70.
[6] Cf. LUTHER, Link. O Diabo: a máscara sem rosto. São Paulo, Companhia das Letras, 1988.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Espírito Santo


INTRODUÇÃO
           
            Escolhi este tema para minha análise por ser de extrema relevância para nossos dias, pois o Deus Espírito Santo tem sido mal entendido, mal interpretado e mal pregado. Há um conceito teológico que define Deus assim: Deus Pai, Deus Filho, Deus (Nós) Espírito Santo. Más quem é de fato este Deus Espírito santo? Será que o agir Dele em nós e a manifestação dos dons como se têm pregado? Claro que não tenho a pretensão de ter as respostas para estas perguntas tão complexas, pois se eu souber quem de fato é o Espírito Santo jamais ele poderá ser Deus.
            Venho através de este breve comentário trazer um pouco de luz sobre esta questão, para isso irei compartilhar das idéias e pensamentos do meu professor de Teologia Bíblica Eliel Batista, idéias e pensamentos estes que também compartilho. Para este trabalho usarei um texto que foi dado em sala de aula pelo mestre citado.
            Espírito Santo é o termo usado para traduzir o termo hebraico Ruach HaKodesh, utilizado na Bíblia hebraica (Velho Testamento) para se referir à presença de Deus na forma experimentada por um ser humano. A maioria dos cristãos considera o Espírito Santo como o próprio Deus, parte da Santíssima Trindade. Entre os cristãos, o Espírito Santo também é chamado de "Paráclito" (ou Paracleto), como em João 14:26[1]
            A palavra hebraica presente na Bíblia para espírito é Ruach, que significa vento fôlego, inspiração; o substantivo é, gramaticalmente, feminino. No Cântico dos Cânticos, o mais antigo hinário cristão, o Espírito Santo é, gramaticalmente, feminino. A palavra grega para espírito, pneuma, não tem gênero gramatical. O Espírito Santo é traduzido para o masculino apenas em línguas como o Latim e o Inglês.



 ESPÍRITO SANTO

            Deus se manifesta ao mundo através de pistas, e através destas pistas entendemos como se dá essa manifestação.
            Deus é UNO, ou seja, unicidade ele é uno em sua essência, (Deus é) não podemos separar Deus de seu poder. Sua revelação (EMANUEL) Deus conosco. Ele se revela em forma humana, isso mostra que Deus não é ausente do mundo, esse mundo é mundo de Deus, neste mundo que é o mundo de Deus, como é que ele se manifesta? O Espírito Santo é o veículo que manifesta Deus ao mundo. O Espírito Santo é a experiência de Deus, ou seja, é a forma de experimentarmos Deus. É através do Espírito Santo agindo em sua vida que o ser humano percebe que é carente do amor de Deus.
            O Espírito Santo procede do pai, recebe do filho, comunica a nós, nisto Deus é revelado a nós para vivermos com ele e para ele, o espírito revela a face do pai no filho daí o espírito nos toma para sermos um com ele. Por isso o (Deus nós). Experiência com Deus através do Espírito Santo nos leva a agir como Jesus. O poder do Espírito Santo nos faz recusar o poder terreno, poder este que Cristo recusou como recusou no deserto, ou seja, é a KENOSIS (esvaziamento) que é a recusa dos poderes divinos.
            Dons do Espírito Santo, segundo a Bíblia, são atributos proporcionados sobrenaturalmente aos cristãos pelo Espírito Santo. Segundo o texto bíblico da 1ª carta de Paulo aos Coríntios, são citados nove diferentes dons possíveis de serem alcançados pelo cristão. Estes dons são postos em prática em comunidades cristãs, independentemente de sua razão confessional. Foram bastante importantes na igreja cristã primitiva para a evangelização do mundo então conhecido. Atualmente, verifica-se a utilização de tais dons na renovação carismática, movimento que tem seu esteio na Igreja Católica Apostólica Romana, nas igrejas protestantes pentecostais e neopentecostais. É uma expressão estudada na teologia cristã. Segundo o autor da Primeira Epístola aos Coríntios, seria doado para o que fosse útil (12:7), e repartido a cada um segundo a vontade do Espírito Santo (12:11); existindo diferentes tipos de dons: A enumeração dos dons é proferida, ainda que incompletamente, na Primeira Epístola aos Coríntios, no capítulo 12, sendo eles: Palavra da sabedoria; Palavra do conhecimento; Fé; Dons de curar; Operação de maravilhas; Profecia; Discernimento de espíritos; Variedade de línguas; Interpretação de línguas. Faremos um simples gráfico para analisar a ação do Espírito Santo, para isso decorreremos a própria Bíblia.

Em Genesis                O Espírito é Criador (Atuante);

Em sabedoria             em todas as coisas renova a terra, (Permeia);

Nos Proféticos           Renova o coração, leva a promoção da justiça;

Novo Testamento       liberta o homem (ser humano).
           
 Dia de Pentecostes, neste dia o dom do Espírito Santo permitiu a todos os apóstolos falarem em outras línguas (idiomas), sendo entendidos por pessoas de diferentes países. A primeira referência do derramamento do Espírito sobre a igreja está em Atos (2:1-4), o apóstolo Pedro ao vivenciar esta experiência, interpreta o que está no livro do profeta Joel (2:28-29).


Toda a carne:  Filhos e filhas.           Não tem escolha de gênero.

                       
 Jovens e velhos.         Não tem faixa etária.         

                        
Servos e servas.         Não tem condição social.
           Povos = Etnia.
            No Novo Testamento O Espírito Santo é frequentemente simbolizado pelo sinal de uma pomba, baseado no relato do Espírito Santo a descer sobre Jesus Cristo, após este ter sido batizado no rio Jordão, embora o texto bíblico não diga que foi em forma de pomba, e sim como uma pomba, numa comparação. O livro de Atos descreve o Espírito Santo a descer sobre os Apóstolos durante o Pentecostes na forma de um vento e línguas de fogo, que repousavam sobre a cabeça dos Apóstolos. Baseado nesta imagem, o Espírito Santo é frequentemente simbolizado por uma chama.
            No Evangelho de João, no Novo Testamento, a ênfase é colocada, não no que o Espírito Santo fez por Jesus, mas no fato de Jesus ter dado o Espírito aos seus discípulos. No Cristianismo tradicional, o qual foi o mais influente para o desenvolvimento posterior da doutrina da Trindade, Jesus é visto como o cordeiro sacrificial, e como vindo aos homens para conceder o Espírito de Deus à humanidade.
            Embora a linguagem utilizada ao descrever Jesus a receber o Espírito Santo no Evangelho de João seja um paralelo dos relatos nos outros Evangelhos, João relata este episódio com o objetivo de mostrar que Jesus tinha uma especial posse do Espírito para que o pudesse conceder aos seus seguidores, unindo-os a Si mesmo, e em Si mesmo unindo-os também com o Pai.

CONCLUSÃO
            O Espírito Santo manifestará para conosco os mesmos efeitos que Deus, de Quem somos imagem. Numerosos, quase inumeráveis, são os homens, as mulheres, as crianças, distintos uns dos outros, infinitamente diferentes por nascimento, traços, nacionalidade e língua, gênero de vida e idade, aptidões, costumes, hábitos, conhecimento, fortuna, caráter e relações. Mas todos nascem deste Espírito (Jo-3:5) e, pela sua obra, todos renascem para uma vida nova, recriados pelo Espírito Santo.
            A todos, O Espírito Santo deu uma só forma, um só nome divino: ser de Cristo e ter o Seu nome. Ela dá também a todos uma maneira de ser única, que não permite distinguir as numerosas diferenças que existem entre eles. É por eles, seus membros, que absolutamente ninguém fica separado da comunidade, uma vez que todos convergem uns para os outros, todos estão ligados pela ação do poder indivisível da graça e da fé. Está escrito que todos têm um só coração e uma só alma (At 4,32); ser um só Corpo formado por membros tão diversos é realmente digno do próprio Cristo, que é a nossa verdadeira Cabeça (cf. Cl 1,18). O apóstolo Paulo diz: N’Ele não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus (Gl 3,28). É assim, pois, que o homem (humanidade) é feita à imagem de Deus, uma vez que realiza entre a humanidade a mesma união que Deus realiza entre eles, (cristãos).
            Este é o foco principal de Jesus João (17:21-22) “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam, em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um”.


[1] "Paraclete" na edição de 1913 da Catholic Encyclopedia (em inglês) uma publicação agora em domínio público.


terça-feira, 26 de julho de 2011

Ser discípulo de Jesus


DISCÍPULOS E JESUS
Por
Mário Marcos[1]

Expressão Grega: mathetes
            No Novo Testamento, a palavra grega mathetes, que significa “discípulo”, é encontrada exclusivamente nos Evangelhos e no livro de Atos. Embora Paulo nunca use o termo, muitas vezes ele descreve aqueles que tinham as características de serem discípulos. Nos Evangelhos, os seguidores imediatos de Jesus são chamados de “discípulos” e incluem os doze em seu círculo mais íntimo, mais os outros setenta.

Você é um Verdadeiro Discípulo de Jesus?
            A palavra "discípulo" aparece centenas de vezes no Novo Testamento, onde é usada para descrever os seguidores de Jesus com muito mais freqüência do que "cristão" ou "crente". Um discípulo é uma "pessoa que segue os ensinamentos de um mestre” [2]. Visto que o mestre dos cristãos é o próprio Jesus, o verdadeiro discípulo aprende e segue a vontade do Filho de Deus. Mas, será que todos que se dizem cristãos são verdadeiros discípulos do Senhor? Ao invés de olhar para outros e criticar, vamos examinar as nossas próprias atitudes e ações para ver se nós realmente somos discípulos de Jesus.

Como Jesus Define o Discípulo?
            Três dos relatos do evangelho incluem as palavras desafiadoras do Cristo: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me" (Lc-9:23; veja Mt-16:24; Mr-8:34). Encontramos aqui três elementos essenciais do verdadeiro discipulado, que apresentam desafios enormes: Negar a si mesmo. Enquanto o sistema mundial e muitas religiões começam com o egoísmo do homem, Jesus exige a autonegação. As igrejas dos homens convidam as pessoas a realizar seus sonhos de riqueza, felicidade sentimental e posições de honra, mas a mensagem do Senhor é outra. Ele pede que a pessoa negue os seus próprios desejos para fazer a vontade dele. Tomar a sua própria cruz. Jesus veio para oferecer a vida, mas o caminho para a vida passa pelo vale da morte. Não somente a morte do Cristo, mas a nossa também. Paulo disse: "Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim" (Gl-2:19-20). Seguir a Jesus. Várias religiões e filosofias exigem sacrifício e autonegação. Algumas ensinam "preceitos e doutrinas dos homens" que proíbem coisas que Jesus não proíbe (Cl-2:20-23). O benefício não vem de autonegação em si, ou simplesmente de tomar qualquer cruz. Jesus Cristo é o único caminho que leva à vida eterna (At-4:12).
Jesus o Rabino:
            Rabino é um sacerdote, que recebeu uma formação teológica judaica em uma Yeshiva publicamente reconhecida. Entretanto e, sobretudo, é um homem sensível ás fraquezas humana capaz de orientar as pessoas. Sem esta qualidade, independente do seu grau de erudição, não pode ser considerado um Rabino.
            Jesus era um Rabino – Rabinos são como intérpretes, auxiliam o povo a entender o que Deus está lhes dizendo com o texto e o que significa viver de acordo com esse texto. Rabinos tinham conjuntos de regras diferentes. Um conjunto de regras e listas de um rabino, que eram na verdade a interpretação dele de como pôr em prática a Torá (Torá significa “ensinamentos”, ou “instruções” ou simplesmente “Caminho” Torá são os cinco primeiros livros da bíblia, Genesis, Êxodo, Números, Levíticos e Deuteronômio), chamava-se jugo do rabino. Quando alguém seguia a determinado rabino, estava seguindo-o porquê acreditava que o conjunto de interpretações dele era o mais próximo do que Deus pretendia dizer nas escrituras. Quando se seguia um rabino, aceitava-se o seu jugo.
            A maioria dos rabinos ensinava o jugo de um rabi muito respeitado que os havia antecedido. Por isso, quando se visitava uma sinagoga e o rabino local (mestre da Torá) começava a ensinar, ele dizia que ensinava em nome do rabino Fulano ou Sicrano. Se o ouvinte conhecesse o jugo do rabino Fulano ou Sicrano, saberia, então, o que esperar daquele que estava ensinando. Às vezes, surgia um rabino que ensinava um novo jugo, uma nova maneira de interpretar a Torá. Isso era raro e extraordinário.
            Imagine. Um rabino afirmando que tinha um novo jeito de interpretar as Escrituras, uma forma mais próxima do que Deus pretendia que a forma dos rabinos que vieram antes desse. Uma nova leitura das escrituras.

            Imediatamente surgiam perguntas: “Como podemos saber se isso verdade? Como saber se esse rabino não está louco?”. Uma proteção para rabino nesse caso era que dois outros rabinos com autoridade impusessem as mãos sobre ele confirmando-lhe e convalidando seu ensino. Eles diziam: “Cremos que esse rabino tem autoridade para fazer novas interpretações”. É por isso que o batismo de Jesus foi tão importante. João Batista era um influente mestre e profeta que andava dizendo publicamente que não era digno nem de desamarrar as correias das sandálias de Jesus. “Então uma voz dos céus disse: Este é meu Filho amado, em quem me agrado”. Uma segunda voz confirmou o chamado singular de Jesus: a voz de Deus.
            Agora imagine se um rabino que tivesse um novo ponto de vista sobre a Torá chegasse á cidade. Alguns diriam que esse rabino com novas interpretações da Torá tinha autoridade. A palavra hebraica para “autoridade” é shmikah.
            Um rabino que ensinasse com shmikah diria coisas do tipo: “Vocês ouviram o que foi dito [...], mas eu lhes digo... (Mt-5:21-22; 27-28; 31-34-39; 43-44; 11:24; 19:8-9). O que ele queria dizer com isso é: “Vocês ouviram as pessoas interpretarem “Esse versículo assim, mas eu lhes digo que é isto que Deus de fato queria dizer neste versículo”.

Pedagogia dos rabinos
            As crianças judias iam à escola quando tinham por volta de seis anos de idade pela primeira vez. O primeiro estágio de educação se chamava Bet Sefer (que significa “Casa do Livro”) e durava até a criança completar dez anos.

            Às vezes o rabino colocava um pouco de mel, lembrando-os de que as palavras de Deus são doces como o mel ao paladar. O rabino queria que seus alunos associassem as palavras de Deus com o que de mais delicioso e fino pudessem imaginar. (Ez-3:3; Sl-119:103; Ap-10:10)

            Os alunos deviam começar a memorizar a Torá e com dez anos, em geral, já sabiam tudo de cor. Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Tudo de cor. Os rabinos que ensinavam a Torá eram os membros mais respeitados da comunidade.

            Com a idade de dez anos, os alunos começavam a se destacar. Alguns demonstravam habilidades naturais com as Escrituras e se distanciavam dos outros. Esses alunos passavam para o estágio seguinte de ensino, que se chamava Bet Talmud (Casa de Aprender), e durava até por volta dos quatorze anos.

            Os alunos que não prosseguiriam o estudo deviam continuar aprendendo a profissão da família. Se ela fabricasse vinho, ou fosse uma família de lavradores, a criança trabalharia como aprendiz com os pais e os parentes enquanto aprendia o ofício antes de um dia ficar responsável por ele e transmiti-lo para a geração seguinte.

            Enquanto isso, os melhores dos melhores, que continuavam a formação na Bet Talmud, deviam memorizar o resto das Escrituras hebraicas. Com treze ou quatorze anos, os melhores alunos já haviam decorado toda a bíblia. De Gênesis a Malaquias, (Tanakh ou Tanach em hebraico תנ״ך) é um acrônimo utilizado dentro do judaísmo para denominar seu conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia judaica.
            O conteúdo do TaNaKh é equivalente ao Antigo Testamento cristão, porém com outra divisão. A palavra é formada pelas sílabas iniciais das três porções que a constituem, a saber:
A Torá (תורה), também chamado חומש (Chumash, isto é "Os cinco") refere-se aos cinco livros conhecidos como Pentateuco, o mais importante dos livros do judaísmo.
Neviim (נביאים) "Profetas"
Kethuvim (כתובים) "os Escritos"
O Tanakh é às vezes chamado de Mikrá (מקרא).


Discípulos
            Por volta do quatorze ou quinze anos de idade, no final da Bet Talmud, somente os melhores dos melhores dos melhores alunos ainda permaneciam estudando. A maioria dos alunos a essa altura estava aprendendo a profissão de família ou começando a própria família.
            Os alunos remanescentes solicitavam a um rabino bem conhecido para ser um de seus talmidim (discípulos). Sempre temos idéia de discípulo como um aluno, mas ser discípulo era muito mais que apenas ser aluno. O alvo do discípulo não era somente saber o que o rabino sabia, mas ser exatamente como o rabino.
            Esse nível de educação chamava-se Bet Midrash (Casa de Estudo). Um aluno se apresentava a um rabino famoso e dizia: “Rabino, eu quero ser um discípulo seu”.
            Quando um aluno pedia a um rabino para ser um de seus talmidim, ele desejava tomar sobre si o jugo desse rabino. Ele queria aprender a fazer o que o rabino fazia.
            Provavelmente o aluno deixaria o pai e a mãe, deixaria a sinagoga, sua cidade e os amigos, e dedicaria a vida a aprender a fazer o que seu rabino fazia.
            Aonde quer que o rabino fosse o discípulo iria. Ele aprenderia a aplicar a lei oral e escrita a situações concretas. Ele abandonaria toda a sua vida para ser como seu rabino.
            Rob Bell[3] conta que um amigo seu esteve em Israel e viu um rabino ir ao banheiro acompanhado de seus talmidim. Eles não queriam deixar passar nada que seu rabino pudesse dizer ou fazer. Ser discípulo significa ter essa dedicação.
            Desse modo, aos trinta anos de idade, quando um rabino em geral começava o ensino e a formação pública de discípulos, encontramos Jesus andando pelas margens do mar da Galiléia.(Mt-4:18-22) ...”viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores.” Por que eram pescadores? Porque não eram discípulos. Eles não eram suficientemente bons; não tinham os requisitos. Jesus chama os que não são suficientemente bons.
            A história continua: ”No mesmo instante, eles deixaram as suas redes e o seguiram”. Estranho, não? Por que eles simplesmente deixaram as redes? Por que deixariam seu trabalho por um rabino que jamais tinham visto? É um rabino dizendo: “Você pode ser como eu”!
            É claro que a pessoa deixaria as redes, não foram eles que procuraram o rabino, mas o rabino que os escolheu, (Jo-15:16). O rabino acredita que eles podem fazer o que ele faz. Ele acha que eles podem ser como ele.
            Em seguida, Jesus, encontra Tiago e João, que pescavam com o pai deles, Zebedeu. Eles eram aprendizes, estavam aprendendo a profissão da família, que, nesse caso, era a pesca.
            Ser discípulo era algo tremendo, empolgante, mas que também exigia muito – eles jamais sabiam o que o rabino faria em seguida. Um relato do livro de Mateus diz que Jesus estava falando a seus discípulos em Cesaréia de Filipe. Eis um detalhe fácil de passar despercebido, mas importante. Cesaréia de Filipe era o centro mundial da adoração de Pã, o deus-bode. Pessoas de todas as partes do mundo vinham a Cesaréia adorar esse deus. Havia um penhasco com uma fenda gigante que os adoradores de Pã acreditavam ser o local para onde os espíritos do inferno iam ao sair da terra. A fenda se chamava “Portões de Hades” (palavra grega = inferno). Nesse local foi construído um templo para Pã e num pátio das proximidades as pessoas praticavam atos sexuais com bodes durante os festejos de adoração ao deus. E Jesus estava ali com seus discípulos.
           
Seguir a Jesus, Não aos Homens: Lealdade
            A relação de discípulo e mestre tem sido explorada por homens em muitos movimentos religiosos. O raciocínio é relativamente simples. Tirando alguns versículos do contexto e torcendo um pouquinho o sentido de outros, é fácil ensinar aos adeptos a necessidade de submissão quase absoluta aos homens. Considere esta abordagem: "O discípulo não está acima do seu mestre.... Basta ao discípulo ser como o seu mestre...." (Mt-10:24-25). Alguns homens na igreja são chamados "mestres" (At-13:1; Ef-4:11; Hb-5:12; Tg-3:1). João teve discípulos (Jo-1:35). Devemos obedecer aos nossos guias (ou líderes, NVI) e ser submissos a eles (Hb-13:17). Utilizando tais versículos, torna-se fácil obrigar os mais novos na fé a seguir quase que cegamente a liderança de homens supostamente espirituais. Vários movimentos religiosos se baseiam em sistemas de discipulado nos quais cada "discípulo" é guiado por um "mestre" ou "discipulador", numa pirâmide ou hierarquia de autoridade humana.
            Há vários problemas com este tipo de discipulado: Investe autoridade excessiva em homens. A palavra traduzida "mestre" quer dizer, na maioria das vezes, "professor". A ênfase está no ensinamento da palavra, não na autoridade de uma pessoa sobre outras. Quando se trata de uma relação que envolve autoridade, as palavras de Jesus são claras e estabelecem a regra que precisamos aplicar hoje: "Vós, porém, não serão chamados mestres [rabis, NVI], porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos” (Mt-23:8). Esquece as qualificações dadas por Deus para os líderes. Num sentido limitado, Deus deu responsabilidade de liderança a alguns homens na igreja. No primeiro século, os apóstolos guiavam as igrejas por instrução inspirada e pelo exemplo de imitação de Jesus (1Co-11:1). Eles iniciaram a prática de escolher presbíteros (também chamados "bispos" e "pastores"-veja At-20:17,28; 1Pe5:1-3; Ef-4:11) em cada igreja (At-14:23; Tt-1:5). Poucos homens demonstram as qualificações exigidas por Deus para exercer a função de presbítero ou pastor (veja 1Tm-3:1-7; Tito 1:5-9). Estes homens têm a responsabilidade de cuidar e presidir ou liderar a igreja (1Tm-3:5; 5:17). São os guias que velam pelas almas das ovelhas (Hb-13:17). Ignora as limitações na liderança dos pastores. Mesmo nas igrejas que têm bispos qualificados, estes são limitados na maneira de guiar ou liderar a igreja. Não têm autoridade absoluta, arbitrária ou despótica. Eles não ditam regras; pelo contrário, mostram um exemplo de como seguir as regras do Supremo Pastor (1Pe-5:1-4).  Confunde o papel de evangelistas. Evangelistas são homens que pregam a boa nova (o evangelho). A autoridade deles é limitada ao trabalho de ensinar, corrigir e exortar pela palavra. As cartas de Paulo aos evangelistas Timóteo e Tito apresentam um modelo de homens que vivem vidas exemplares e pregam fielmente a palavra pura de Jesus (1Tm-4:12-16; 2 Tm-4:1-5). Nada sugere uma posição de superioridade sobre os irmãos.
            Homens que querem "melhorar" o plano de Deus e dominar sobre outros procurarão apoio nas Escrituras, pervertendo o sentido da palavra do Senhor. Todos os cristãos devem lembrar que temos um só Mestre, e que todos nós somos irmãos (Mt-23:8).

Assumir Compromisso com Jesus: Conversão
            Ser discípulo de Jesus exige um compromisso sério com ele. Em Mt-28:18-20, Jesus destaca dois aspectos deste compromisso: Batismo para entrar em comunhão com Deus (veja também At-22:16; Gl-3:27; Rm-6:3-7).  Obediência absoluta aos ensinamentos de Jesus. Muitas pessoas se dizem seguidores de Jesus sem dar os primeiros passos de obediência à palavra dele. Para sermos discípulos verdadeiros, temos de apresentar os nossos corpos como sacrifícios a ele, sendo transformados e renovados pela palavra do Senhor (Rm-12:1-2).

Imitar o Caráter de Cristo: Proceder
            Uma vez que reconhecemos Jesus como o nosso Mestre, devemos aprender das palavras e do exemplo dele. Um dos propósitos da vinda dele a terra é apresentado em 1Pe-2:21-22- "...Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado...."
            Como discípulos do perfeito Mestre, devemos nos esforçar para desenvolver o caráter dele, tornando-nos "co-participantes da natureza divina" (2Pe-1:4). Assim procuraremos pensar como Jesus pensa, e agir como ele agiria. Que desafio!

Respeitar a Autoridade do Mestre: Obediência
            O entendimento da relação do discípulo com o Mestre naturalmente criará em nós um respeito profundo pela vontade do Senhor. Enquanto outros defendem muitas práticas erradas, dizendo que Deus não as proibiu, o discípulo fiel examina com mais cuidado e percebe que a Bíblia não é um livro de proibição e, sim, de permissão. Ao invés de tentar justificar a sua própria vontade, o seguidor de Jesus se limita às coisas que Deus permite e as coisas autorizadas nas Escrituras. Ele percebe, pelo estudo da palavra, que não devemos ultrapassar o que Deus revelou, pois tal abordagem aumenta a arrogância ao invés de demonstrar a humildade de servos do Senhor (1Co-4:6). Pessoas egoístas seguirão a sua própria sabedoria e dirão que têm liberdade para tratar a Bíblia como uma mensagem "dinâmica" que se adapta à circunstância atual (Pv-14:12; Jr-10:23; 1 Samuel 13:12). Mas as pessoas espirituais mostrarão respeito maior para com Deus, sabendo que ele é perfeito e perfeitamente capaz de revelar sua vontade aos homens "uma vez para sempre" (Jd-3) para os habilitar "para toda boa obra" (2 Tm-3:16-17). O servo fiel entende que o Mestre Jesus recebeu autoridade para mudar a lei, fazendo o que não fora autorizado anteriormente (Hb-7:11-14). Mas o discípulo humilde jamais ousaria mudar a lei ou ultrapassar o ensinamento de Jesus (2Jo-9).

Buscar a Unidade que Jesus Pede: Cooperação
            Jesus quer a unidade dos seus discípulos (Jo-17:20-23). Esta cooperação não vem por estruturas e regras humanas, e sim por amor a Deus. Homens podem forçar uma conformidade superficial por regras e sistemas de organização e controle. Deus trabalha de outra forma. Ele confia na sua própria palavra para criar a unidade que ele quer (1Co-1:10). Se cada discípulo continua se aproximando do Senhor, naturalmente estará se unindo cada vez mais aos outros discípulos verdadeiros. Cristãos se reunindo em congregações locais edificam e encorajam um ao outro (Ef-4:16; Hb-10:23-25). Divisão vem quando pessoas seguem diversas revelações (Is-19:2-3), ou seguem líderes humanos e não o próprio Senhor (1Co-1:11-13). Cristo morreu por nós. Somos batizados em Cristo. Ele é o nosso Mestre e o foco das nossas vidas!

Produzir Fruto: Perseverança e Crescimento
            O discípulo de Jesus produz fruto (Jo-15:8). Pelo fato que aceita a palavra de bom e reto coração, e desenvolve a sua fé com perseverança, ele se torna frutífero (Lc-8:15). O discípulo produz fruto pelas boas obras que faz (Tito 3:14; Efésios 2:10). Produzimos fruto quando obedecemos ao nosso Senhor (Lucas 6:46), progredindo com perseverança (Hebreus 12:1).

Sejamos Discípulos de Jesus!
            Reconhecendo o amor de Jesus para conosco, livremo-nos dos sistemas de domínio inventados por homens que querem liderar seus próprios discípulos. Porém, esta liberdade não nos deixa sem responsabilidade de servir. O verdadeiro discípulo de Jesus fará sempre a vontade do Bom Mestre!


[1] Mario Marcos Andrade da Silva, Bacharel em Teologia pelo (ICEC), Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos. M. 10.1.509. Além de especialista em escatologia, angelologia e aconselhamento pastoral pelo IDE Missões.
[2] Dicionário da Bíblia Almeida.
[3] Robert "Rob" Bell (n. 23 de Agosto de 1970), é um escritor e o Pastor fundador da Mars Hill Bible Church localizada em Grandville, Michigan, nos Estados Unidos da América. Ele também é o apresentardor da primeira série de pequenos filmes com perspectiva espiritual conhecido como NOOMA. Bell é casado com Kristen e tem dois filhos, hoje eles moram em Grand Rapids, Michigan.